A energia do Brasil é pelo Porto do Açú

A energia do Brasil é pelo Porto do Açú

Ocean Winds e Prumo fecham acordo na área de eólica offshore.

Parceria visa impulsionar projetos no Porto do Açu (RJ), respondendo à demanda crescente do setor e à expectativa de definição do marco legal no Brasil.

A Ocean Winds e a Prumo Logística firmaram hoje (12) um Memorando de Entendimento (MoU) visando impulsionar projetos de energia eólica offshore no Brasil.

A parceria permitirá a troca de informações pertinentes relacionadas aos estudos destinados a analisar um projeto de energia eólica offshore dentro da área de influência do Porto do Açu (RJ).

A medida vem em resposta à crescente demanda do setor e à iminente definição do marco legal da indústria de energia eólica offshore no país até o fim do ano.

O compromisso foi oficializado hoje (12) durante o Brazil Wind Power (BWP), em São Paulo, por Bautista Rodriguez, CEO da Ocean Winds, e Mauro Andrade, diretor de Novos Negócios da Prumo.

Segundo as empresas, para projetos de energia eólica fixa no fundo do mar – ideais para o Brasil -, os portos servem como pontos de entrada e armazenamento para os equipamentos, facilitam a montagem e manutenção antes do transporte offshore e atuam como centros para transferência de tripulações e operações em curso.

O acordo assinado nesta terça-feira não traz detalhes sobre um eventual futuro projeto da Ocean Winds no local, mas a empresa, que lançou no ano passado sua unidade no Brasil, já tem projetos offshore em licenciamento no Rio de Janeiro.

Ao todo, a Ocean Winds entrou com pedidos de licença no Ibama para 15 gigawatts (GW) de eólicas offshore, para implantação em águas do Piauí, Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.

Em participação no evento Brazil WindPower nesta terça-feira, o CEO global da Ocean Winds, Bautista Rodríguez Sánchez, afirmou que os empreendimentos da companhia no país ainda estão em fase inicial, mas que há perspectiva de avanço tão logo o Brasil aprove uma regulamentação para a eólica offshore.

Sánchez classificou ainda como “impressionante” o potencial do Brasil para geração eólica no mar, estimado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) em 700 GW.

“Honestamente, a cifra é impressionante, não é fácil… que um país desfrute dessa enorme capacidade de desenvolvimento de eólica marinha e justamente na costa onde estão concentrados os maiores pontos de consumo”, disse.

Com atuação principalmente na Europa, América do Norte e Ásia, a Ocean Winds opera atualmente cerca de 1,5 GW em parques eólicos no mar no mundo, está construindo mais 2 GW e tem uma carteira para desenvolvimento de 13 GW adicionais.

Para o Porto do Açu, o acordo vem em linha com os planos mais recentes de se posicionar como um “hub” de soluções para transição energética, com projetos de geração de energia renovável e hidrogênio verde.

Operado pela Prumo, que é controlada por EIG e Mubadala, o complexo é uma importante instalação para escoamento de petróleo e minério de ferro, além de ter em sua área a usina termelétrica a gás GNA.

REGULAMENTAÇÃO

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, reafirmou nesta terça-feira a previsão do governo de aprovar até o fim deste ano uma regulamnetação para as eólicas offshore.

Em participação no evento Brazil WindPower, Silveira disse que debateu o tema no último fim de semana com o deputado federal Zé Vitor (PL-MG), relator de um projeto sobre o tema na Câmara.

“Temos que urgentemente derrubar barreiras ao desenvolvimento dessa nova fronteira de energias limpas ao Brasil, trazendo segurança jurídica para o processo de cessão de áreas”, disse o ministro.

O Brasil tem atualmente cerca de 189 GW em projetos eólicos offshore buscando licenciamento junto ao Ibama, em um segmento que vem atraindo o interesse principalmente de petroleiras, como Petrobras e TotalEnergies, mas também de companhias do setor elétrico.

Para que esses projetos possam começar a sair do papel, os empreendedores aguardam as regras para cessão de uso de áreas no mar.

No futuro, ainda precisará se definir como ocorrerá a contratação da energia gerada por esses projetos –via leilões do governo ou em negócios do mercado livre de energia.

Por: BE

sjb24h