Prefeita Carla Caputi pede agenda com grupo do Estado sobre impactos do tarifaço dos EUA em São João da Barra
Prefeita Carla Caputi pede agenda com grupo do Estado sobre impactos do tarifaço dos EUA em São João da Barra
Carla Caputi solicita participação em grupo de trabalho que analisa prejuízos à economia fluminense; Porto do Açu torna município um dos mais expostos às tarifas americanas
A prefeita de São João da Barra, Carla Caputi, solicitou ao governador Cláudio Castro uma agenda oficial com o Grupo de Trabalho (GT) criado pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro para analisar os impactos econômicos do aumento de tarifas dos Estados Unidos sobre produtos brasileiros — o chamado “tarifaço” anunciado por Donald Trump.
No documento encaminhado por meio da chefia de gabinete, a Prefeitura pede que o município seja incluído nas discussões formais sobre os reflexos da medida, em especial por conta do Porto do Açu, que posiciona São João da Barra entre os municípios mais vulneráveis a esse cenário.
A solicitação ocorre em meio à estimativa apresentada pelo Governo do Estado na última terça-feira (22), que projeta um prejuízo de R$ 830 milhões ao Rio de Janeiro, com impacto direto de 0,7% no Produto Interno Bruto fluminense.
O alerta se estende a setores estratégicos como petróleo e metalurgia, que empregam mais de 88 mil pessoas diretamente no estado.
Município quer acesso antecipado a dados e propostas de mitigação
No ofício enviado ao Palácio Guanabara, a prefeita Carla Caputi reforça que São João da Barra busca atuar de forma preventiva e colaborativa, antecipando medidas locais para mitigar os efeitos da crise comercial.
A gestão municipal pede acesso aos dados preliminares, estudos fiscais e setoriais já produzidos pelo GT e também participação em fóruns, reuniões e planos de contingência.
“O ofício que direcionamos é uma extensão do dever de casa que já estamos fazendo. Temos nos reunido constantemente com a nossa equipe e seguimos avaliando com responsabilidade cada detalhe das finanças do nosso município”, afirmou a prefeita.
“Com o documento, reforçamos a colaboração institucional com o Estado e o nosso compromisso em apoiar políticas de compensação e ações emergenciais”, completou.
O município também manifesta preocupação especial com médias e pequenas empresas, que têm menor capacidade de resposta a oscilações externas. No documento, a gestão aponta que efeitos sociais, como desemprego e redução de arrecadação, também estão no radar.
Exportações pelo Porto do Açu amplificam riscos
Um dos principais argumentos da Prefeitura é a relevância do Porto do Açu no cenário nacional de exportação. Em 2024, o complexo portuário foi responsável por:
- 25,2 bilhões de toneladas de petróleo bruto, cerca de 40% de toda a exportação nacional do produto;
- 25,014 milhões de toneladas de minério de ferro.
Qualquer medida que interfira diretamente nessas commodities pode comprometer significativamente a arrecadação municipal e as receitas vinculadas à atividade econômica do porto.
Além de São João da Barra, o levantamento estadual inclui Rio de Janeiro, Macaé, Duque de Caxias, Petrópolis e Volta Redonda entre os municípios mais suscetíveis, por concentrar grande número de empresas exportadoras nos setores atingidos.
GT reúne Estado, Firjan, Fecomércio e entidades empresariais
O Grupo de Trabalho do Governo do Estado reúne representantes da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio), Fecomércio (Federação do Comércio do RJ) e da Associação Comercial. O objetivo do GT é elaborar diagnósticos técnicos e propor políticas públicas e medidas de apoio aos setores e regiões mais prejudicadas.
A expectativa da Prefeitura de São João da Barra é que o município seja oficialmente incluído nas discussões para contribuir tecnicamente e ajudar a construir respostas ágeis e eficazes diante da nova política tarifária dos EUA.
“O município de São João da Barra acompanha com muita preocupação este cenário econômico, porque pode ter um impacto significativo com a manutenção dessas tarifas por parte dos Estados Unidos. Estamos nos preparando para o impacto financeiro dessas medidas, que por ora adotadas pelos Estados Unidos possam vir a gerar para nosso município”, afirmou o secretário municipal de Fazenda, Aristeu Netto.
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